Não gosto de ir levar o Chocolate à instituição onde mora ao domingo ao final da tarde. Primeiro porque significa que ainda faltam seis dias para o voltar a ver e segundo porque é o momento em que normalmente vejo as outras crianças que moram com ele.
Não gosto porque por detrás daqueles rostos existem histórias que, com certeza, não gostaríamos de ouvir. Algumas, provavelmente, bem mais complicadas que a do Chocolate. Lemos esses relatos nos jornais e pensamos que estão distantes. Mas não estão assim tão longe e são bem reais.
Falhamos como sociedade enquanto houverem crianças a precisarem da protecção de terceiros. É um problema estrutural e de educação. As que moram com o Chocolate e as que estão noutras instituições são as que têm sorte. Têm um tecto, comida na mesa e um colo, mesmo que partilhado. E a hipótese de reconstruírem o sorriso.
P. S. - Se a Marisa Cruz fosse uma gaja em condições e escolhesse os nossos números no Euromilhões, trazíamos mais meninos! Ou se me arranjassem um emprego como gestora num banco!
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Eu ia perguntar quanto é que me apresentas o Chocolate, mas se calhar é melhor a criança ficar protegida de mim durante mais algum tempo. Vai uma almonga???
ResponderEliminarMelhor ainda: o mundo inteiro deveria andar embrulhado naquele plástico bolha. Só assim TODOS nós poderíamos escapar.
ResponderEliminar